14 de out. de 2013

As muitas lições de Bogotá... Parte 1

              O que uma cidade com os mesmos problemas que os nossos pode nos ensinar sobre urbanismo, cidadania, transporte coletivo – e também sobre decisões erradas? 
Talvez você arquiteto, urbanista, engenheiro e cidadão deve ter se perguntado muitas vezes sobre esse tema!
Recentemente Salvador foi palco da conferencia realizada pelo economista e também urbanista Enrique Peñalosa, que trouxe sua experiência enquanto prefeito da capital colombiana Bogotá. Peñalosa na sua gestão como prefeito liderou o processo de renovação que transformou a cidade e tornou modelo adotado para o sistema público de transportes, urbanização e cidadania se tornando assim referencia mundial.


Tomaremos como exemplo real um cidadão comum que sobreviveu a 50 anos com sua bicicleta. Sua relação com o equipamento tem mais de 50 anos e hoje sua relação com ela continua mais forte do que nunca. Todos os dias, segue acordando cedo para ir trabalhar: cruza regiões arborizadas, atravessa parques e avenidas largas, cai na ciclovia de 376 km da cidade, até chegar ao seu destino não pega trânsito e não anda de carro. Tem a rotina tranquila, como a de um habitante de alguma capital europeia – vamos dizer, Zurique: ao pé da montanha, andando de bicicleta. Mas este cidadão não mora na Suíça – ele é bogotano, da capital da Colômbia.


Comparar Bogotá com a Europa não é exagero só meu. Nos anos 2000, houve muita gente que fez a comparação. Quem anda pelos bairros mais ricos da cidade tem mesmo essa impressão: o clima é montanhês, os prédios são baixos e padronizados, os muitos parques e ciclovias estão sempre cheios.
(Já os bairros pobres estão mais para o continente ao sul da Europa: as ruas não têm asfalto nem saneamento – e quase um milhão de bogotanos vivem com menos de US$ 100 ao mês.)
Por um bom tempo, a cidade parecia estar no caminho certo e começou a ser citada pelos vizinhos como exemplo de lugar cheio de problemas que conseguiu se reinventar.
As ciclovias foram só o começo – surgiram ainda no final da década de 1980 e se espalharam até as periferias. Depois vieram uma reforma no sistema de ônibus, copiado de Curitiba, campanhas de cidadania para educar os habitantes, construções de parques e bibliotecas, e programas de combate à pobreza. Bogotá prometia desde então ser a Amsterdã dos Andes.

No próximo post falaremos das fases e das boas idéias feitas para a a cidade de Bogotá e os resultados dessas intervenções! 

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